10 de fev. de 2011

Medicamento 'a base de curry' e AVC

'curry' pode ajudar na recuperação de AVC

    A palavra curry vem da variação, em língua Tamil, da palavra karhi. Na realidade, é um termo criado pelos colonos britânicos na Índia que, erroneamente, passou a representar todo prato indiano condimentado. Uma mistura básica de curry é composta de pimenta-malagueta, coentro, mostarda, pimenta-do-reino preta, feno-grego, gengibre, cúrcuma (conhecida no Brasil como açafrão-da-terra), canela e cravo (dessas nove especiarias, só a mostarda e o feno-grego não pertencem à culinária brasileira). Todos esses temperos, juntamente com outros, são torrados, moídos e usados em dosagens diferentes para preparar o curry.
    Testes realizados com cobaias animais sugerem que um novo medicamento híbrido, fabricado em parte com curry, pode ajudar a regenerar os neurônios depois de um acidente vascular cerebral (AVC), indicaram pesquisadores americanos nesta quinta-feira (10). 
    A nova droga não ataca os coágulos que provocam o AVC, mas, quando administrada durante uma hora em coelhos (que seria equivalente a três horas para humanos), "reduziu os 'déficits motores' - problemas musculares e de coordenação motora - provocados pelo derrame", segundo o estudo.
    O composto híbrido, chamado de CNB-001, "atravessa a barreira hematoencefálica, é rapidamente distribuído no cérebro e regula uma série de mecanismos cruciais envolvidos na sobrevivência dos neurônios", explica Lapchak.
    Lapchak destaca que o tempero em si não apresenta os benefícios do medicamento, uma vez que não é bem absorvido pelo organismo e não é capaz de atingir seu objetivo em altas concentrações.
    Além disso, sua entrada no cérebro é naturalmente bloqueada pelo mecanismo de proteção conhecido como barreira hematoencefálica, que filtra as substâncias que chegam ao sistema nervoso central através da corrente sanguínea. Conhecido como ativador do plasminogênio tecidual (tPA), a substância é injetada diretamente na veia para dissolver coágulos e restituir o fluxo sanguíneo.


FONTE: G1 - Ciências
             Da France Presse


Mirna Gois
Mestranda em Ciências Farmacêuticas
bloginfarmacia@gmail.com