22 de mai. de 2011

Remédios fitoterápicos X Impurezas


     Medicamentos à base de plantas medicinais - fitoterápicos - podem provocar efeitos colaterais, dependendo da dose e da planta; além disso, podem não surtir efeito prometido ou ainda gerar outras doenças.


     Muita gente tem o costume de comprar medicamentos à base de plantas medicinais - os chamados remédios fitoterápicos. Mas é preciso muito cuidado para não adquirir produtos falsificados ou sem registro no Ministério da Saúde.
     No Recife, pesquisadores da Universidade Federal e Federal Rural de Pernambuco descobriram que muitos desses remédios não estão dentro de um padrão de qualidade. Em busca da cura, há quem prefira o que parece mais saudável. “Geralmente eu uso mais o fitoterápico, porque ele não tem contra-indicação. A gente toma e não sente, ele é totalmente natural, né?”, diz a funcionária pública Maria Aparecida Ferraz. Mas não é bem assim.
     Os remédios fitoterápicos podem, sim, provocar efeitos colaterais, dependendo da dose e da planta. Selos que dizem "100% natural" podem enganar o consumidor. O problema pode ser ainda mais grave: podem não surtir o efeito prometido ou ainda gerar outras doenças.
     Durante cinco anos, os estudiosos analisaram mais de 200 produtos - entre chás e comprimidos - e constataram que 59,2% continham alguma impureza. Em outra pesquisa, surge outro dado importante: 92,6% dos medicamentos analisados não tinham bula ou informações na embalagem sobre a indicação de tratamento.
     “As bulas nos produtos fitoterápicos são o principal instrumento de informação ao consumidor, tudo isso tem que vir informando, as propriedades biológicas, o correto uso, os grupos de risco que não podem tomar e outras informações que são necessárias para o uso racional”, explica o pesquisador da UFPE Joabe Gomes de Melo.
     Na hora da compra, o consumidor deve verificar se o remédio está inscrito no Ministério da Saúde. Mesmo os xaropes devem ter o número da inscrição na embalagem - desista do produto "isento de registro". 
     A Vigilância Sanitária já identificou no mercado um golpe a saúde do consumidor. O "Natural Life", que se apresenta como remédio para dores feito à base de plantas, na verdade contém hormônios e outras substâncias químicas. Além de não ter registro, não se sabe onde é fabricado.
     "Nesse caso é um medicamento que está sendo vendido como natural, principalmente para idosos, com dores de coluna, problemas de ortopedia... A gente constatou que ele tinha cinco substâncias corticóides, altíssimas doses de antiinflamatórios, e nós não sabemos o que isso está causando na população que está usando isso como sendo um produto natural", afirma Jaime Brito.



Enviado por Carla Mariana (aluna 1° período Farmácia - UFPI)

Chás e cápsulas naturais: efeitos adversos se usados sem prescrição

     Se um produto é natural e não precisa de prescrição médica para ser usado, ele deve ser seguro, fazer bem à saúde e quase não ter efeitos colaterais, certo? Não necessariamente. A medicina alternativa complementa os cuidados com a saúde — cerca de 25% de todos os medicamentos são derivados de árvores, arbustos ou ervas. Mas, se não usados com cautela, os produtos naturais podem causar reações adversas e até modificar a ação de outros remédios.
     “As pessoas acham que é natural e que pode tomar à vontade. Acham que, se não faz bem, mal não faz. Isso é errado, porque dependendo da dosagem pode virar veneno. Ou seja, não se deve tomar chás ou cápsulas naturais sem orientação”, explica o médico João Marcello Branco. Os fitoterápicos são uma classe de substâncias retiradas da natureza classificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como medicamentos e devem ser tratadas como tal.

     “Algumas ervas potencializam o efeito dos medicamentos sintéticos. Outras atrapalham. Além disso, muitas vezes as drogas e os fitoterápicos são metabolizados no mesmo órgão, como o fígado. Isso sobrecarrega seu funcionamento e pode provocar uma hepatite medicamentosa aguda”, diz Branco.


Misturas Perigosas
CAMOMILA
Usada como calmante e anti-inflamatório, prejudica a ação de remédios para afinar o sangue e bloqueia a absorção de ferro.
ÉFEDRA
Indicada para tratamento de obesidade e asma, a substância aumenta a pressão arterial e pode estimular excessivamente o sistema nervoso central.
GINKGO BILOBA
A planta costuma ser usada para melhorar a circulação e até mesmo a memória, mas pode trazer sérios riscos. O produto potencializa o efeito dos medicamentos para afinar o sangue e pode aumentar o risco de convulsões.
GINSENG
Usado como estimulante, o ginseng interfere na ação de medicamentos para o coração, para controlar a pressão e para diabete. Além disso, o produto prejudica a ação de antidepressivos e de drogas para afinar o sangue.


FONTE: Parceiro da Saúde

Enviado por Paulo Tércio (aluno 1° período farmácia - UFPI)