O Vice-Presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter Jorge João, voltou a alertar, em entrevista coletiva à imprensa, para o perigo contido numa possível proibição da venda de anorexígenos, no Brasil. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) manifestou a intenção de banir esses produtos do mercado, alegando que eles causam problemas de saúde, como cardiopatias. “Os inibidores de apetite sibutramina e derivados de anfetamina (anfepramona, femproporex e mazindol) são uma opção terapêutica que os médicos tem para tratar os seus pacientes que sofrem de obesidade – algumas, mórbidas -, e não apresentam respostas satisfatórias ao tratamento apenas com dieta e exercícios físicos”, observou o Dr. Walter Jorge .
A entrevista coletiva foi convocada pelo Conselho Federal de Medicina e organizações médicas, e foi realizada na sede do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF), em Brasília. O Vice-Presidente do CFF enfatizou que a prescrição de moderadores de apetite que atuam diretamente no sistema nervoso central (os anorexígenos), usados para tratar a obesidade, são, muitas vezes, a única opção médica contra a obesidade.
“Segundo o Ministério da Saúde, 13% da população brasileira são de obesos, o que corresponde a mais de 20 milhões de pessoas. Grande parte delas não responde bem à dieta e aos exercícios físicos. Então, fazer o que com esses pacientes? Que outra opção o médico terá para tratá-los?”, perguntou Walter Jorge. Ele disse que a Anvisa não pode desprezar essas questões, quando for decidir sobre o destino dos anorexígenos.
Disse, ainda, que os farmacêuticos são importantes aliados da população, ao manipular inibidores do apetite, seguindo criteriosamente as prescrições médicas. “A Anvisa argumenta que os anorexígenos geram problemas de saúde. Ora, a obesidade, também, está relacionada a problemas cardiológicos, ao diabetes e a outros agravos”, frisou Walter Jorge. Ele enfatizou que os médicos especialistas saberão quando prescrevê-los.
Para o dirigente do Conselho Federal de Farmácia, a melhor alternativa não é o banimento linear, como pretende a Agência, mas o controle da prescrição e da venda dos inibidores, por meio de uma fiscalização rigorosa. “O que não pode é o médico ficar sem esta opção terapêutica”, explica Walter Jorge João.
FONTE: CFF
Enviado por Guilherme Rodrigues (aluno 1° período Farmácia - UFPI)
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